13 de agosto de 2011

tornar a austeridade um bocado mais austera, até para não habituar mal as pessoas

A taxa de IVA sobre a electricidade e o gás natural sobe da taxa mínima (6%) para a máxima (23%). Contas feitas, numa casa onde a factura da luz ande pelos 50 euros, mais 8 euros e meio serão gastos. A ideia era que esta adorável medida de austeridade entrasse em vigor só em 2012, mas o Governo resolveu presentear-nos mais uma vez com o seu hercúleo desejo de melhorar as nossas vidas e pôr a (nossa) economia a andar. No meio disto tudo, espante-se, até Poul Thomsen está preocupado com a excessiva austeridade. Coisa estranha, diga-se de passagem, já que eu sempre ouvi dizer que a austeridade era a única solução e que quão mais agressiva for melhor para nós, que somos banqueiros.

Temos visto Portugal a aplicar medidas de austeridade por vontade externa, que a troika é que é a culpada. Mas, para fazer da austeridade uma coisa mais a sério, o Governo tem ainda inventado algumas medidas, até para não perder o cunho da originalidade almejada e para não dar a ideia de que só fazemos o que a dona Angela quer. Mas, pá, não se queixem. O Passos Coelho passou a campanha a dar entrevistas em que falava não do seu programa de Governo nem do seu talento para endireitar o país, passe a ambiguidade, mas do seu talento para fazer farófias*. Eu sempre disse que o rapaz estava melhor a pasteleiro do que a Primeiro-Ministro, mas ninguém me quis ouvir.

*Acho que ninguém sabe muito bem o que são farófias, mas, só para que me levem mais a sério, gostava de dizer que sei fazer pastéis de nata. Pelo menos toda a gente sabe o que são.

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