14 de janeiro de 2011

Algumas razões para votar Alegre e um aviso à navegação.

Sendo parte elementar da decisão política quando toca a Presidenciais, nunca é demais começar por dizer que para se votar em Manuel Alegre, no dia 23, não é preciso assinar um compromisso de camaradagem com o candidato. De igual modo, ficamos dispensados à partida de concordar com a totalidade da sua visão para o País. Podemos, contudo, dizer que Manuel Alegre representa uma alternativa de voto que as circunstâncias políticas nos impõem, mais do que nos comprazem. É igualmente certo que é das forças conjugadas à esquerda, que proporcionem fôlego à luta social, que está dependente uma saída socialista para crise, ultrapassando largamente o espaço das Presidenciais. Acontece que Manuel Alegre foi aquele que escolheu tomar parte de importantes resistências e lutas essenciais na configuração de forças que o tornam, hoje, o melhor colocado para derrotar o candidato que, sendo Presidente, é um líder político no avanço da política de austeridade e exploração: Cavaco Silva.

Foi assim com a votação do Código de Trabalho, na defesa do Serviço Nacional de Saúde e continuou, agora na campanha, com um discurso que ataca a precariedade laboral e assume a defesa intransigente do Estado social face ao projecto político de revisão constitucional lançado por Passos Coelho. Muitos dirão que é pouco, acontece que as Presidenciais também não são o todo da luta social. Mas estabelecer a barreira que delimita o campo em que se decidem as questões essenciais para os próximos tempos passa por ter uma posição clara nestas eleições.

O voto em Manuel Alegre é um voto que dá alento aos precários, pois fortalece o debate público em torno do modelo de relações laborais a seguir. É um voto que ajuda a travar o ataque liberal ao Serviço Nacional de Saúde e assim protege a conquista dos direitos universais do Estado. É um voto que alinha uma resistência ideológica, indispensável e urgente, ao projecto de revisão constitucional de uma direita que já saliva pelo poder todo. E, acima de tudo, o voto em Manuel Alegre é um voto que impõe uma resposta política face a um programa. Um programa que traz a urgência de uma recomposição da esquerda tomando como centro a defesa do trabalho e do Estado Social. É a resposta a esse programa que resulta num PS dividido no apoio a Alegre, e na constatação de que, para Sócrates, muito mais vale Cavaco do que Alegre em Belém. Onde Alegre foi oposição, Cavaco foi aliado. O PCP sempre foi incapaz de entender tal facto, lançando uma candidatura paralisante e defensiva, alicerçada num patriotismo bacoco. Fernando Nobre, esse, com o início da campanha mostrou todo o seu vazio, sem nada ter a acrescentar a não ser a reaccionária proposta de redução do número de deputados.

Por fim, para os mais desanimados ou desencontrados, é certo que há mais vida para além das Presidenciais mas ficar em casa no dia 23 ou votar em branco é ajudar Cavaco Silva. E ele já tem muita ajuda para nos darmos a esse luxo.

(texto escrito para o vermelhos.net)

3 comentários:

  1. Não negue uma ciência que desconhece

    Cavaco dá náuseas

    Alegre dá úlceras

    ou votar em branco é ajudar Cavaco Silva

    isto é racista

    o caçador simão não é preto

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  2. É pá retira daqui quanto antes o nome de Lenine que não passas de um embusteiro.
    Porque és um daqueles felinos que caçam de emboscada.
    Espera mais um pouco porque a presa ainda vem longe.

    Eu primeiro voto no Xico.

    CinNaroda

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  3. Manuel Alegre é um embuste.
    O Bloco errou em não apresentar candidato próprio.
    Havia quem votasse no Bloco que não vai votar no Alegre.
    O Manuel andou indefinido e oportunista em muitas matérias.
    Como pode defender o Estado Social se é apoiado pelo PS, o mesmo PS coveiro do Estado SOcial?!?
    «Um alento para os precários»?!? Que tanga é essa, se o PS do governo agrava a precariedade?!?
    Aliás, o próprio Alegre defendeu a aprovação deste orçamento de Estado, pesadíssimo para os mais desfavorecidos.
    Reconheça-se que só Francisco Lopes e o PCP mantiveram a dignidade à esquerda nestas presidenciais, sem as contradições do Alegre e do Bloco que, envergonhado, escondeu (censurou) o nome do José Sócrates da lista de apoiantes do Manuel.
    O Bloco, que merece todo o respeito, porque na AR são ele e a CDU quem defende os mais desprotegidos e combate o neoliberalismo, ficou, contudo, muito mal na fotografia nestas eleições presidenciais.
    Manuel Alegre é um grandessíssimo embuste!

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