8 de outubro de 2010

Nobel da Paz 2010



I have no enemies: my final statement

June 1989 was the major turning point in my 50 years on life’s road. Before that, I was a member of the first group of students after restoration of the college entrance examination after the Cultural Revolution (1977); my career was a smooth ride, from undergraduate to grad student and through to PhD. After graduation I stayed on as a lecturer at Beijing Normal University. On the podium, I was a popular teacher, well received by students. I was also a public intellectual: in the 1980s I published articles and books that created an impact. I was frequently invited to speak in different places, and invited to go abroad to Europe and the US as a visiting scholar. What I required of myself was: to live with honesty, responsibility and dignity both as a person and in my writing.. Subsequently, because I had returned from the US to take part in the 1989 movement, I was imprisoned for “counter-revolutionary propaganda and incitement to crime”, losing the platform I loved; I was never again allowed publish or speak in public in China. Simply for expressing divergent political views and taking part in a peaceful and democratic movement, a teacher lost his podium, a writer lost the right to publish, and a public intellectual lost the chance to speak publicly. This was a sad thing, both for myself as an individual, and, after three decades of reform and opening, for China.

Thinking about it, my most dramatic experiences after June Fourth have all been linked with the courts; the two opportunities I had to speak in public have been provided by trials held in the People’s Intermediate Court in Beijing, one in January 1991 and one now. Although the charges on each occasion were different, they were in essence the same, both being crimes of expression.

Continua aqui

Liu Xiaobo (December 23, 2009)

4 comentários:

  1. o da literatura disse-o melhor

    A especialização leva à incomunicabilidade social, à fragmentação do conjunto de seres humanos em guetos culturais de técnicos e especialistas, aos quais a linguagem, alguns códigos e a informação progressivamente setorizada relegam naquele particularismo contra o qual nos alertava o antiquíssimo adágio: não é necessário se concentrar tanto no ramo nem na folha, a ponto de esquecer que eles fazem parte de uma árvore, e esta de um bosque. O sentido de pertencimento, que conserva unido o corpo social e o impede de se desintegrar em uma miríade de particularismos solipsistas, depende, em boa medida, de que se tenha uma consciência precisa da existência do bosque. E o solipsismo - de povos ou indivíduos - gera paranoias e delírios, as deformações da realidade que sempre dão origem ao ódio, às guerras e aos genocídios. A ciência e a técnica não podem mais cumprir aquela função cultural integradora em nosso tempo, preci-samente pela infinita riqueza de conhecimentos e da rapidez de sua evolução que levou à especialização e ao uso de vocabulários herméticos.

    A literatura, ao contrário, diferentemente da ciência e da técnica, é, foi e continuará sendo, enquanto existir, um desses denominadores comuns da experiência humana, graças ao qual os seres vivos se reconhecem e dialogam, independentemente de quão distintas sejam suas ocupações e seus desígnios vitais, as geografias, as circunstâncias em que se encontram e as conjunturas históricas que lhes determinam o horizonte. Nós, leitores de Cervantes ou de Shakespeare, de Dante ou de Tolstoi, nos sentimos membros da mesma espécie porque, nas obras que eles criaram, aprendemos aquilo que partilhamos como seres humanos, o que permanece em todos nós além do amplo leque de diferenças que nos separam. E nada defende melhor os seres vivos contra a estupidez dos preconceitos, do racismo, da xenofobia, das obtusidades localistas do sectarismo religioso ou político, ou dos nacionalismos discriminatórios, do que a comprovação constante que sempre aparece na grande literatura: a igualdade essencial de homens e mulheres em todas as latitudes, e a injustiça representada pelo estabelecimento entre eles de formas de discriminação, sujeição ou exploração."

    Mario Vargas Llosa

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  2. A "achispavermelha.blogspot.com" e "classecontraclasse.blogspot.com" convida-vos a comentar o texto publicado sobre a Greve Geral, caso concordem com ele divulguem -no entre os vossos amigos.

    Com consideração
    A CHISPA!

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  3. Já agora, autor do post, em português é "fictício" e näo "ficcional". Mesmo com parêntesis, qual é a justificaçäo?

    Relativamente a Liu Xiaobo, nunca ouvira antes falar dele, mas cheira-me a coincidência demais o Nobel ir para um dissidente chinês quando só se fala nos media acerca da pressäo sobre o yuan, que tem de desvalorizar, que a China se porta mal no mercado mundial, etc etc. Em 20 anos de cárcere nunca se lembraram dele?

    Tresanda que o Comité Nobel foi à procura de "um dissidente chinês qualquer", assim como o ano passado escolhera o premiado duvidosamente.

    Sabem porque tresanda? Porque os governos ocidentais que se congratulam com o Nobel säo os mesmos que diariamente fecham altas negociatas com a China, sem referir numa vírgula outros Direitos Humanos que näo o da concentraçäo capitalista.

    Afinal, parece que por uma vez o PCP está certo, pelas razöes erradas. Normalmente está errado, pelas razöes certas.

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